Saturday, January 31, 2004

Jogar à chuva

Se não se joga quando se pode, quando é que se pode jogar? Por sorte não choveu até chegar ao carro, já de regresso. Depois, é claro, ninguém me tirou o frio das costas nem a constipação certa para a semana que aí vem. A bruma das nuvens baixas e as luzes da cidade e do aeroporto acompanharam o fim da volta. Três ou quatro bolas perdidas, umas enfiadas na relva ensopada e os sapatos enlameados são as memórias dos nove buracos. Já foi bem pior, quando tive de regressar da Penha Longa quase despido depois de tirar a roupa e sapatos encharcados dentro do carro. Ou ao contrário, na costa baiana quando antes do almoço já estava na emergência médica do hotel com queimaduras graves do sol por todo o lado. Palavras para quê? «Joguinho que não se faz...»

Saturday, January 24, 2004

Vintage House

Continua na mesma, o Vintage House no Pinhão. O cálice de Porto à chegada faz esquecer a necessidade de ir ao quarto deixar as malas. Alguém as levou, enquanto se encomendava no bar um Vintage de 1997 para abrir depois do jantar. A loja de vinhos continua recheada de boas coisas e até se podem comprar livros com fotografias de Lagoaça enquanto se prova mais um Porto. Com bilhar e futebol na televisão na sala de jogod fazem-se horas para o jantar. Como em todas as Confrarias, o que acontece nos jantares não se escreve. Foi pena não dar tempo para ainda beber a tal garrafa de 97. Menos mal que fez a viagem de regresso conosco para uma segunda oportunidade. Será por pouco tempo.

Monday, January 19, 2004

Pennsylvania Avenue

Descer a Pennsylvania Avenue a pé em direcção à Casa Branca antes de tomar o pequeno almoço é só para quem goste de sofrer. Os sobretudos que por cá usamos não servem para um frio daqueles. Também não temos dias com céu azul e sol brilhante que congelam as pessoas pelo efeito do vento. As valetas dos passeios acumulavam gelo da humidade da noite e as poucas pessoas que se viam usavam gorros e cachecóis por cima dos fatos de escritório. Papéis colados nas portas dos bancos e de algumas outras instituições anunciavam o respeito do feriado pelo dia de Martin Luther King. Celebrava-se o seu nascimento e não a sua morte, disse-me o taxista que me permitiu regressar ao hotel, enquanto ouvia os telefonemas para a rádio a propósito do feriado. «Good morning to you, brother», dizia o ouvinte. Foi melhor do que continuar na loja de fotocópias e material informático à espera de recuperar do frio enquanto o gerente me mostrava a última novidade em máquinas fotográficas digitais. «Welcome back, sir» cumprimentou-me o porteiro do hotel, sem estranhar o frio, e habituado às curiosidades de quem visita a capital da nação. Não cheguei a ver a neve nos jardins da Casa Branca.