Wednesday, February 23, 2005

Degusto

Com ou sem sotaque, este é um lugar de escolha certa. Para lá das influências italianas - a noite também não permitia grandes entusiasmos com os italianos - é o sítio certo para jantar bem e beber melhor. A equipa que se sentava a lado, mais exímia nisso do que no que tinha feito na relva do estádio um pouco antes, também comeu e bebeu com bom critério. O Chryseia 2003 será o melhor vinho português dos próximos tempos, diz o anfitrião. É o melhor de sempre, acho eu.

Thursday, February 17, 2005

«Mo Cuishle»

Há 12 anos que lhe vejo as estreias. Quem o viu saído dos anos 60 como cowboy na aridez do Oeste e depois, nos 70, convertido em polícia maniqueista de San Francisco estaria longe de adivinhar a carreira de relator fiel da condição humana. Filmou a frieza da morte em «Unforgiven» e a capacidade paternal de um cadastrado em «A Perfect World». Agora atacou a complexidade da vida e a simplicidade da eutanásia. Não vai passar sem crítica. Mas mais uma vez deixa uma marca.

Friday, February 11, 2005

72 horas

Nunca tinha estado tanto calor. Às quatro da tarde, na plataforma do aeroporto estariam para cima de 40 graus. Na sala de espera, enquanto me carimbavam o passaporte, não havia ar condicionado. No dia da assinatura houve ar condicionado na sala enorme acabada de estrear e até fotografias para cumprir a tradição. Só faltava a gravata do director-geral que assinava do outro lado da mesa. Não era precisa, porque era Sexta-feira. De regresso ao aeroporto, as malas passaram pelas máquinas que apitavam mas não estava ninguém para ver. Também não era preciso. Outra vez na sala de espera. Afinal, o ar condicionado funcionava. Tinha era que ser ligado. Depois o embarque, a recepção com flores no avião, o regime e alguns governantes na fila da frente. O comandante desceu para cumprimentar os passageiros, a quem tratou com familiaridade. Estariam 13 graus à chegada. Nada mau.

Tuesday, February 08, 2005

Os três porquinhos e o lobo bom

Quem atacou o almoço partilhado de Terça-feira de Carnaval sabia bem que ali mesmo, no Gradil, sobrevivem protegidos alguns exemplares do lobo ibérico. E que a história dos três porquinhos cabe mais a quem passa pelo aeroporto a caminho do hemisfério Sul. E, já agora, que com grande surpresa, na sala de espera da executiva há panfletos de promoção do mesmo lobo ibérico do Gradil. E, para finalizar, que o frio que a alcateia passa sabe melhor que o calor das cabines do avião.

Tuesday, February 01, 2005

O Hotel

Quem serve o Herdade do Perdigão Branco Reserva 2003 e o Má-Partilha 2000 a copo, merece a fidelidade dos clientes para o buffet do almoço. O halibut e o salmão estavam excelentes e acompanhavam bem o branco. Também o cherne em molho de limão e alcaparras com bolhinho de tomate e cebolinho. Depois, e para surpresa pessoal, acabei por repetir a pintada. Todos os doces mereceram a prova final, e a Maria, que já trabalhou no Alfonso XIII de Sevilha antes de ser importada para cá, acabou por fazer as despesas adicionais da conversa. Faltou o bread and butter pudding de vezes anteriores. Fica para a próxima.