Tuesday, March 30, 2004

Mais uma aula

Desta vez, foi a convite do amigo Carlos. Nem sequer sabia qual era o programa. Também não era preciso falar com o responsável da pós-graduação. Aceita-se e pronto. Afinal o programa era livre, para expor a minha experiência pessoal, ou sobre o que se espera dos outros. Só me faltava esta. Ainda corro o risco de ser sincero.

Friday, March 26, 2004

De volta à Meia-Noite

O regresso está marcado para as 23 e 59. Ainda com o mesmo suor do sol da varanda do décimo quinto andar sobre a baía ao início da tarde. Os fatos não são para aqui. O sol sim. Afinal toda a carne é proveniente da África do Sul. Não se pode confiar. De regresso daqui a três semanas para evitar que nos voltem a chamar «seagull», recolhendo o peixe da água e no ar o mais depressa possível. Mas ainda não é desta que fico adepto.

Wednesday, March 24, 2004

Posta Mirandesa

Era o que dizia por debaixo da travessa do buffet. Vinha do Brasil, e o Sr. Inácio, chefe de cozinha não pode confirmar o nome que lhe davam na origem. Porque tinha ido almoçar. Continuo na costa ocidental de África e comi quatro. Memorável. O picante à parte era obrigatório, claro. Não vou jantar.

Saturday, March 20, 2004

A Verdadeira Classe

Viajar nesta Primeira Classe remonta a outros tempos. Altos dignatários ou família directa deles, governantes e governadores, uso do Protocolo do aeroporto. A muamba acompanhada de Esporão reserva é própria de um almoço de Sábado. Sair sem mostrar os Passaportes também já não foi novidade. Que calor. O mundo real à nossa espera confessa nem sequer ter o carro que se comprometera alugar para a semana. Funcionou o backup.

Thursday, March 18, 2004

Vem aí a Primavera

Enquanto se discutia porque é que os pássaros agoram chilreiam pela madrugada fora, o Toscano na Parede servia a melhor açorda de que guardo memória. De lagosta, é claro, com base de coentros fortes e envolvida ali mesmo à frente dos comensais. Não passamos a vida a almoçar, mas nestes últimos dias, e em vésperas de uma viagem de trabalho mais cansativa, é bom relembrar que por cá virá entretanto a Primavera. Para onde vou, é fim de verão e calor e não se avizinha qualquer tempo de repouso lúdico. Esqueci-me de fazer em devido tempo a profilaxia da malária. Vamos lá a ver se o tentativo autor da cassete 3 anda a ler estes textos.

Tromba Rija

Tenho que confessar que a visita a Marrazes foi a segunda escolha, depois de a família Suspiro confirmar a impossibilidade de aceitar mais três clientes durante todos estes últimos dias. Um sucesso, este Condestável. Casa cheia a perder de vista e reservas necessárias com uma semana de antecendência nem parece do nosso país. A mais, fora das capitais nacionais. No Tromba Rija, a entrada já não se faz pela porta grande, mas sim pela «porta ao lado», e dá acesso à sala mais pequena do restaurante. Poucas pessoas. As entradas continuam bem. Mas sente-se um não sei quê... De todos os modos, a lista de vinhos de mesa é admirável e com escolha. Beber um Quinta do Mouro 1996 e poder pedir um Touriga Nacional de 2001 do Esporão não é em qualquer lado. A mesa de queijos é isso mesmo - uma mesa cheia de queijos presidida por um triunvirato imbatível de serra, terrincho e cabreiro com marmelada áspera recém desenformada da tijela. Depois, para terminar, o leite creme faz as pazes com qualquer outra coisinha... A propósito, já agora é melhor não dizer a ninguém que fomos a Leiria só para almoçar.

Saturday, March 13, 2004

O Bom Amigo

Não resisti ao impulso da fome nem da curiosidade gastronómica e provei o «fried cod with chips». Ali mesmo, à vista de Castletown, enquanto aterrava o avião que me levaria. Não passou da prova. O cheiro ainda não se desvaneceu da memória. E tive que me ficar pelo «bread and butter pudding». Já em casa, recuperando dos sucessivos vôos, tinha à espera uma das boas formas de o cozinhar, dentre as mil e uma possíveis. Por alguma razão os restaurantes estrangeiros de todas as nacionalidades são tão populares nas ilhas de Sua Majestade.

Tuesday, March 09, 2004

St. George

No St. George Bar não é permitida a entrada a Dragões. O lema da casa poderia ser também o popular dito de Edimburgo para os fracos: «they only drink half pints». Era um antigo salão da Igreja em frente com quem partilha o Santo Padroeiro do mesmo nome e de quem herdou todas as cadeiras e certamente algumas das mesas. Primeiro foram as doses regulamentares de cerveja, depois uns copos cheios de shiraz australiano também pela medida grande que se esvaziaram até ao «sticky toffee pudding» final. Descer para o Hotel na Harris Promenade com o vento do Mar da Irlanda na cara foi para valentes com vontade de ver o jogo contra o Manchester. Quando lá cheguei, já perdiamos por um.

Monday, March 08, 2004

Tic-Tac

Foi necessária a chantagem, recorrendo ao substituto actual dos chupa-chupas - uma caixinha de Tic-Tac de limão - para saber a história dos meninos que procuravam animais que pudessem guardar em casa, até que foi seleccionado o sapo. Quanto aos demais, teria a menina dito «I send them back!». Todo o fim de semana com a expressão na boca fizera supor o alívio de quem despachava os novíssimos discípulos depois das obrigações cumpridas. Mas afinal não. Não tinha sido uma expressão da Miss de inglês que, depois de dada a sua aula, entregava os educandos à formadora seguinte. Ficou ainda por esclarecer a preferência dada ao sapo. Uma expectativa de príncipe?

Thursday, March 04, 2004

«The greatest luxury in life is time»

No meu tempo eram só 50 minutos de aula. E sempre foram. E os minutos do intervalo eram para respeitar, mesmo sem a campaínha do Secundário. Para além do tempo, todas as aulas tinham o sabor de opressão. Depois vinham dez minutos de pausa relapsos, que passavam sem se dar por eles. Agora, parece que é moda dar aulas de 75 minutos... Até nas melhores escolas superiores. Já não subia a um estrado de sala de aulas desde que me despedi da Faculdade por falta de tempo para leccionar. Ou pela vontade de ganhar dinheiro sem sacrificar horas fixas com alunos à espera dos 50 minutos de aula, sempre à hora marcada. Desta vez foi para trocar de funções com o docente, ocupado com dignatários constitucionais em torno de uma questão esguia. Só o Zé, que encontrei à porta da entrada e me acompanhou à sala de aula, apresentando-me aos alunos, ficou a saber das verdadeiras circunstâncias da substituição. Aos alunos expliquei apenas que aquilo que tinhamos trocado de funções, e que aquilo que o docente deles estava a fazer era o que deveria eu próprio estar a fazer. De facto, não almocei...