Tuesday, January 25, 2005

Não havia necessidade

Mais vale uma lampreia na mão do que umas perdizes a voar. Sobretudo se for bem regada, desta feita com uma Reserva da Quinta de Roriz 2000, para tirar teimas. Quando as perdizes finalmente aterraram na caçarola, tinha-se passado para o Quinta dos Quatro Ventos outra vez. E depois não queremos fazer dieta... Ah!, e antes que me esqueça, o Vintage 2000 da Ferreira também estava bom. Aliás como todos os desse ano. E mais palavras para quê? O desempate da conta favoreceu os da casa, em honra dos de Carção.

Saturday, January 22, 2005

A Quinta de Roriz

O Sr. Silveira estava à nossa espera como combinado e acompanhou-nos pelas instalações da Quinta. Tinha preparado por indicações da Senhora Doutora a prova do tinto reserva de 2001 e do vintage de 1999. Ambos impressionantes, embora o tinto lutasse contra a temperatura fria do dia. Ganhou o vintage a preferência das provas. Um vintage entusiasmante, dos melhores que tenho memória. Animados pelas descrições das vinhas e dos trabalhos da vindima não sobrou muito na garrafa. O caminho de descida para a Quinta só por si já tinha valido a visita, e mesmo sendo apropriado para um todo terreno, fez-se bem com um carro vulgar. A subir, e depois das provas, fez-se ainda com menos preocupações. Os vinhos da Quinta estão no bom caminho da qualidade e vão continuar a merecer prémios como os que têm tido em anos anteriores, a ajuizar pela boa crítica que tenho lido. Vontade não falta de voltar para a época das vindimas. Quanto ao resto do programa do dia, e pela parte que se pode contar, depois de descer ao Pinhão, foi boa a posta de vitela maronesa no Vintage House. Mas memorável mesmo foi a sesta retemperadora que se seguiu à missa do Pe. Meireles antes do jantar da confraria.

Thursday, January 20, 2005

A lampreia

Love it or leave it, não há meio termo. Esta, a primeira da temporada, estava excelente. Nem vinagre a mais nem sabor a menos. E condizia às mil maravilhas com o Reserva da Quinta dos Quatro Ventos 2001 das Caves Aliança. Por acaso, um grande vinho, emparelhado com os melhores da nossa produção. Quem diria. Dos produtores de Sangalhos. Para a próxima semana ficaram agendadas umas perdizes das sérias. Mas se houver dúvidas sobre a autenticidade das mesmas, penso que me refugio outra vez na lampreia, que agora parece que há todos os dias, mesmo sem que o senhor da Casa Gallega saiba que muito provavelmente vêem de viveiros franceses e não dos rios da fronteira minhota.

Wednesday, January 12, 2005

A corte celestial

Sentaram-se ao fundo, em mesa redonda, sobre as árvores do Parque. Não faltava nenhum dos antigos. Levantavam-se em cerimónia coordenada para a mesa dos salgados e, no fim, dos doces. Qual deles faria anos? Cumprimentei apenas um, a quem devo muita estima, e que retribuiu os cumprimentos. Não o via há muitos anos e a idade passara para todos. De todos recebi lições, e de algum deles até fui Assistente. Ali, na clássica grande sala de jantar do Ritz via-os agora como dantes no Anfiteatro 1. Longe e equidistantes - de mim e dos demais pares.

Thursday, January 06, 2005

«Queria aqui dizer, faz favor...»

38. Afinal não tive que vender o meu carro para pagar a conta do almoço. Mas foi por pouco. Quase tive de convencer o escanção a abrir falência também. Alión 2000, para acompanhar o prato principal. Uma novidade, que vem referenciada como das mais cotadas añadas da casa. E para terminar um Vintage 2000 da Ramos Pinto. Tudo em copos e também serrviço a condizer. Ainda vou ter que optar por um familiar em vez de um carro a sério como deve ser. Logo hoje, que se receberam as primeiras propostas.

Sunday, January 02, 2005

Chuva quente

Terá sido também a Iemanjá que enviou a chuvada que me apanhou no meio do buraco 5. A paragem forçada dentro do carrinho não estragou o bom score de todo o percurso. Estava era longe de prever que o dia de amanhã viria a ser de dilúvio. Uma molha completa, da saída do hotel até à entrada no avião. Com uma banda de trompetes e tambores e um grupo de capoeira à chuva para despedida, em frente ao avião, na placa do aeroporto. Depois, de Congonhas para Guarulhos a correr, esqueçem-se as saudades mas não a vontade de regressar. Até para o ano, talvez.

Saturday, January 01, 2005

Iemanjá

A adorada musa dos ritos baianos encheu-se da abundância da nossa festa com flores brancas e taças de espumante francês. O espectáculo de fogo de artifício durou por muito tempo. As rosas terminaram no mar com desejos formulados e os tambores regressaram da areia para mais um espectáculo de percursão no pavilhão do jardim. A areia branca molhada passava dos tornozelos. Cumpriu-se mais um ritual da «virada». Faltaram as romãs de anos anteriores. «Nossa, a comer tanta romã, você vai virar milionário...» disse-me uma senhora de São Paulo na festa anterior.